quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Rir é o melhor remédio

Se algumas vezes me falta profissionalismo no meu trabalho, certamente me sobra bom humor.
Não é fácil é pleno sábado e domingo, trabalhar das 8 da manhã até sabe Deus que horas e isso com uma parada de 15 minutos para almoçar.
Parece desumano, mas nesses dias não há outro jeito, o salão fica cheio de clientes, esperando sua vez pelo milagre que acreditam que podemos fazer.

Sábado passado me deparei com um situação constrangedora e engraçada. Como sou nova por lá e muita coisa é feita por fora do Menu. Ainda fico perdida com a lista imensa de serviços que prestamos e dos que muito raramente são feitos, portanto, não constam nem na lista.
Já passavam das 15 horas e eu nem tinha parado para meu almoço de 15 minutos, mais um pouco e eu acreditaria que tinha voltado a época da escravidão
Um senhor adentra o salão lotado, pega uma revista e aguarda. Fui até ele e fiquei constrangida em perguntar se ele cortaria o cabelo, alisaria ou pintaria o cabelo, afinal ele é careca.

Uma voz interna me disse:
"Pensa rápido, Lina!"
Eu num tom educado e sério falei:
- Boa tarde, Senhor! Tem hora marcada conosco?
O Senhor responde:
- Não marquei hora, mas já vim aqui há algum tempo.
E eu tentando manter a postura profissional:
- Qual nome completo do Senhor, para que eu possa procurar sua ficha?

Ele me deu seu nome, e já não aguentando mais, fui para o escritório procurar a ficha dele, chegando lá sentei e ri muito!
Como pode um homem careca entrar num salão para fazer corte e tratamento??Tive que ficar por lá uns 10 minutos, pois tive uma crise de riso incontrolável.
Nesse meio tempo, entra minha irmã, que também trabalha lá e quando contei para ela, teve uma crise de riso também.
Quando ia saindo do escritório, uma das atendentes me perguntou o motivo do riso e quando contei a ela, eis mais uma rindo até quase ter um ataque.
Como se não bastasse, essa outra atendente, foi e contou para outra e mais uma vez outra pessoa se contorcendo de rir.

Depois de tudo isso, ninguém queria, na verdade conseguia ir atender o Senhor, pois todas tínhamos medo de rir durante o atendimento. Mas como fui eu que comecei com tudo isso, meu castigo foi atendê-lo.
Sem encarar o cliente, pedi para que se sentasse e quando fui prepará-lo para, ele resolveu puxar conversa. Eu respondia tudo educamente, mas sem encará-lo uma única vez que fosse pelo espelho, senão eu não aguentaria.
Para não dizer que o homem não tinha nada, havia uma rala penugem dos lados e ao final do serviço prestado, a Dona do salão cobrou apenas 1/3 do valor, pois na verdade a única coisa que fizemos foi alimentar a sensação dele de ter o cabelo inexistente tratado.

Pode parecer maldade, mas não foi. Na hora me senti culpada, por ter dado tanta risada e feito minhas colegas rirem também. Mas cortar e tratar cabelo de careca, é a mesma coisa que vender escovas de dentes para banguelas, bronzeador para negros e absorventes higiênicos para homens.

4 comentários:

Anônimo disse...

Lina, não sei como você agüentou para não rir na frente dele. Mas tem cada louco, não?
Mas trabalhar sábado e domingo e com quinze minutos para almoçar, as leis trabalhistas aí no Japão permitem isso? Aqui na França seria impossível.
Um beijo e um lindo dia.

Andrea disse...

Oi, Lina

Eu estava há uns tempos sem passar por aqui, porque tinha colocado o endereço errado no meu Google Reader, que me avisa das novas postagens.
Eu tinha o endereço http://onceuponatime.blogspot.com/. Mas agora, vi no blog da Aline Dexheimer o endereço correto e vou passar sempre por aqui!!

Sobre o post, fiquei imaginando a cena e não pude deixar de rir também. Tá certo que não é lá muito "politicamente correto" rirmos em uma situaçõa destas, mas também é meio esquisito atender no salão um senhor que não tem cabelo pra cortar.

Bom, o legal de tudo foi que, além de se divertir e descontrair seu dia, você conseguiu atendê-lo e deixá-lo feliz por sentir que alguém estava cuidando e tratando, com todo o capricho, o cabelo que ele não tem...

Abraço grande!

Lina disse...

Maria Augusta,

Olha, foi difícil não rir enquanto estava atendendo. O esforõ foi tanto, que passei o resto do dia atordoada.

Aqui no Japão leis trabalhistas funcionam muito pouco. Os japoneses trabalham em sistemas de servidão e hierarquia.
No salão, fazemos pouco tempo, por iniciativa nossa, é muita gente esperando e quanto mais demoramos, mais serviço se acumula.

Beijos querida!

Lina disse...

Andréa,

Eu vejo acada coisa por lá, a do careca foi só um exemplo, mas trabalhando num salão percebo que virei uma mentirosa de primeira, para agradar aos clientes.
O dia por lá e corrido e desgastante, mas essas coisas certamente o faz bem mais divertido.

Beijos